quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Divagando...


Nascemos dentro da coletividade, mas na verdade estamos sozinhos...
Às vezes o limite entre a sanidade e a loucura estará na forma como administramos esta solidão tão pessoal e intransferível.
Quem muda não muda apenas para si mesmo.
Diferenciar-se é um preço alto que se paga,
Porque se tornar diferente é denunciar as tramas ocultas nas quais estamos envolvidos.
Os orientais gostam de pensar que toda crise é uma oportunidade.
Oportunidade esta que devemos saber aproveitar,
Pois é esta visão que definirá se uma crise é um evento passageiro,
Ou se ela se tornará crônica a ponto de paralisar a vida.
Não vou mentir, minhas sombras ainda me assustam.
Delas ainda me defendo,
Delas ainda fujo...
Porém, também sinto por elas uma atração irresistível.
Minhas sombras são insistentes, sedutoras me instigam batendo à minha porta,
E vão se impondo através de meus sonhos.
Na verdade, a mensagem que elas trazem é de reconciliação.
E reconciliação traz paz.
Esta forma fragmentada de viver é a origem de muitos dos nossos conflitos.
Por isso, às vezes não entendo porque resistimos às mensagens de paz que nos envia a alma.
Talvez seja porque não sabemos agir de forma diferente de tudo que nos foi ensinado.
Muitas vezes, até se tenta ser diferente, mas é como estar numa piscina e só molhar os pés.
Não somos o que acreditamos ser.
Não sou o que eu acredito ser.
Para saber realmente quem sou é preciso interpretar as pistas,
Como acontece em uma investigação policial.
Em nosso cotidiano, nas coisas que acreditamos serem tão banais,
Estão os motivos de ser quem somos e agir como agimos.
Tudo está aqui bem debaixo do nosso nariz, basta saber interpretar as pistas.
Na verdade, tudo é bem mais simples do que imaginamos,
Contudo, nossos olhos sempre estão embaçados demais por nossas fantasias para que possamos ver.
Ao contrário de uma investigação policial, a autodescoberta não tem como objetivo encontrar um culpado para nossa desventura, e então condená-lo, encarcerá-lo como muitas vezes gostaríamos de fazer.
O objetivo desta viagem é encontrar e libertar quem culpamos,
julgamos, condenamos e aprisionamos.
Talvez estes fragmentos do meu ser que aprisiono com tanta veemência e que julgo como desprezíveis, vulgares, idiotas, sejam afetos que ressignificados possam reorientar minha vida e me levar a lugares que jamais imaginei chegar...
Entretanto, viver assim tem sido uma luta.

Paula 24.11.10