terça-feira, 15 de dezembro de 2009

“Nada a pedir, somente agradecer...”


Ouvi uma música com esta frase há alguns anos atrás quando ainda estudava educação religiosa e muito sinceramente confesso que por mais simples que esta frase possa ser, meu coração não a compreendia. Eu sempre tive dificuldades em ter um coração grato, porque pessoas insatisfeitas não são agradecidas. Mas a dezesseis dias do final de um ano e diante de um outro ano completamente novo, penso que este é um bom momento para simplesmente agradecer em vez de ir na direção da minha tendência de olhar mais o que me falta do que para o que conquistei.
Mas ingratidão não é só problema meu. Lembro-me de uma história bíblica que conta da passagem de Jesus por uma aldeia entre a Samaria e a Galiléia. Nesta aldeia ele encontrou 10 (dez) leprosos. Lepra é uma doença que faz a pessoa apodrecer literalmente ainda vivo e naquela época, quem contraia lepra era banido do convívio social. Pois então aquele grupo de leprosos já conhecia a fama curadora de Jesus e o chamou. Jesus os curou. Eles estavam enfim livres da vergonha e da alienação social, podiam voltar para suas famílias, para seus negócios, para sua sociedade, que felicidade! No entanto, somente 1 (um) deles, o estrangeiro, voltou para agradecer a Jesus pela cura.
Por que não tenho um coração grato? Como já afirmei, pessoas insatisfeitas não são agradecidas. Quem é satisfeito, tem um coração grato. É bom lembrar que satisfação nada tem a ver com acomodação, estagnação, resignação. Quando penso em satisfação, penso em contemplação, quando penso em contemplação penso numa boa digestão da vida. Os nutricionistas afirmam que devemos comer devagar, bem devagar, mastigar bem os alimentos para que mesmo com uma quantidade menor de comida no prato possamos nos sentir satisfeitos, em estado de plenitude gástrica. Penso que com a vida acontece algo semelhante, temos que ir devagar, não pular etapas, respirar, nos movimentar seja lá como for para que a satisfação então surja e cumpra o seu papel.
Satisfação e gratidão exigem visão além do alcance, que é apenas olhar a vida como ela é, com simplicidade...
Sentir satisfação e gratidão é andar na contra-mão, pois esta sociedade onde nos localizamos é movida pelo consumo e consumo pelo próprio consumo. Além de consumo por prazer, por status, por esporte... Consome-se para dar conta de demandas existenciais, pois o capitalismo quer despertar desejos em nós travesti-los de necessidades a fim de que possamos consumir cada vez mais. Somos lembrados a todo tempo daquilo que ainda não temos, o que nos deixa cada vez mais inseguros e é claro, insatisfeitos. É difícil, muito difícil andar na contra-mão porque o apelo do consumo é sedutor demais, são os filmes, as novelas, as propagandas, o glamour das revistas, quem é que não quer tudo isso? A satisfação existe, mas é muito efêmera superficial, dura apenas uma noite, um dia, uma semana. Lembro-me de ter lido sobre um ator que rompeu com sua esposa assim que voltou de sua lua de mel, segundo a informação, ele alegou que não estava preparado para uma relação permanente. Semanas depois ele estava namorando outra colega de trabalho.
Além do consumo desenfreado, em busca de satisfação e alívio, às vezes comemos demais, bebemos demais, trabalhamos demais, estudamos demais e até amamos demais. São nossas vãs e doentias estratégias para conseguir satisfação.
Mas e a gratidão?
Ela vem quando descobrimos porque e para quem realmente vivemos,
Ela vem quando nos ouvimos e somos coerentes conciliando aquilo que queremos com nosso estilo de vida.
Muitas vezes não somos gratos porque permanecemos insatisfeitos mantendo desejos tolos que ocultam nossas verdadeiras necessidades.
A gratidão é um espírito de reverência pela vida, pelo humano, pelo divino.
A gratidão nos acalma e nos eleva. Nos faz descansar e aquieta nossa alma...
Eu quero essa vida pra mim!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Eterna Repetição

Um dia desses estava andando por aí entre os blogs e achei um interessantíssimo, o do Ivandro de Laguna Santa Catarina. Entre posts e artigos interessantes achei este de um livro que eu também li a cerca de um mês atrás. Posteriormente pretendo escrever um artigo sobre ele, mas por enquanto, deliciem-se com o artigo do Ivandro:

Somos seres repetitivos. Metade da nossa vida – ou mesmo a vida inteira – tentamos confirmar e concretizar as crenças que adquirimos quando crianças, sobretudo no relacionamento com o pai ou a mãe. “O garoto cuja família sempre passava as férias numa cabana de Rainbow Lake cresce e insiste em levar a família para a mesma casinha em Rainbow Lake – às vezes para o desespero de sua família atual”, escreve o psicólogo americano Stanley Rosner no livro O Ciclo da Auto-sabotagem. Outros cozinham da mesma maneira que sua mãe cozinhava, frequentam o mesmo templo, adotam as mesmas diversões e, às vezes, até moram na mesma casa. “Para esses indivíduos, tanto na vida real quanto na íntima, não há espaço para a mudança, para a inovação, não há espaço sequer para a imaginação”, afirma Rosner.Essas pessoas (ou seja, a maioria de nós) são ensinadas desde pequenas que a única maneira de serem amadas e aceitas é serem iguais a seus pais. Por isso, prezam tanto as crenças deles – porque, basicamente, precisam sentir-se consideradas e acolhidas. Ou seja, elas não são aceitas pelo que realmente são, mas pelo que seus pais querem que elas sejam. Esse desejo de repetir o exemplo dos pais para obter seu amor é o que algumas correntes da psicologia chamam de “identificação arcaica”. Já é ruim quando os filhos são pequenos, mas é pior ainda quando eles se tornam adultos e procuram cumprir o que era pedido pelos pais, sem escutar suas próprias preferências, atender suas reais potencialidades ou sequer olhar para o ambiente atual e constatar que essas exigências são descabidas.Há uma gama enorme de emoções negativas associadas ao autoboicote. A culpa, por exemplo, vem em primeiro lugar, quase sempre de mãos dadas com o medo. Geralmente, a culpa nasce por se romper uma crença de infância. É preciso se deter sobre isso, ver se realmente tem sentido. O medo também pode também vir sozinho: grandes expectativas, por exemplo, podem gerar pânico. Se ele não for bem administrado, pode se tornar paralisante. Também chega o medo de perder lá na frente o que se conseguiu até esse momento ou de não levar adiante a realização com o mesmo sucesso. Enfim, de que a história, no fim das contas, não dê certo. E, como pode não dar certo no fim, a gente está sempre disposto a dar um empurrãozinho para não dar certo no começo, não é?O mais saudável seria que, ao se conhecerem outros estilos de vida e comportamentos durante a vida, escolhêssemos o que mais tem a ver conosco. Sem culpa, sem medo. E, depois de uma análise mais racional e adulta da situação, tentar ignorar aquela voz insistente vinda lá da infância que diz: “Você não vai abandonar tudo o que a gente ensinou para você, vai?”

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Meu tributo a Carlos Henrique, meu Mozão!!!

Hoje é dia 10/12/2009
Faz 3 décadas ou 30 anos que meu marido Carlos Henrique Bento da Silva veio ao mundo.
Nós ganhamos um presente...
Ontem ele me disse que ao contrário dos últimos anos em que costumava se sentir angustiado e triste nesta época estava muito bem!!
Mas lembrei-me de que há alguns meses atrás seu mar não estava nesta calmaria...
Ele dizia que estava em crise: “...trinta anos e o que sou? O que tenho? O que fiz?” Eram umas cobranças tão esquisitas... Em minha ignorância, eu pensava que só as mulheres passavam pela crise dos 30...
Carlos Henrique não é uma dessas pessoas com uma “trajetória brilhante”, do tipo: “De engraxate a dono da maior prestadora de serviços de saúde do Brasil”, mas nem por isso deixa de ser vencedor!
Como já afirmei, Carlos Henrique chegou há trinta anos atrás...
Foi o quarto filho de Luzia e Valdemir.
Teve uma infância pobre e cheia de limitações.
Limitações de ordem afetiva, materiais, educacionais...
Entretanto era um menino muito levado e criativo.
Gostava muito da escola, pra farrear e merendar é claro...
Não é por causa das farras que deixava de ser inteligente e inventivo.
Além de ser trabalhador e muito prestativo.
Quando a adolescência lhe batia a porta, um amor lhe partiu o coração,
Era o amor de uma garota que anos antes se tornou mãe sem desejar, sem saber lidar com esta e com muitas outras questões...
E aí, o garoto Carlos Henrique teve que seguir em frente mesmo com a vida lhe fazendo latejar de dor o coração.
Ainda era alegre, mas ocultava uma grande dor.
Até que encontrou uma família, que o acolheu e lhe deu uma nova perspectiva de vida.
Eu estava lá e presenciei este momento.
Carlos Henrique era um misto de angústia, liberdade, com uma tenacidade, uma força e resistência muito grande. O sofrimento lhe produzira marcas, mas ele era incrivelmente leve, agradável e prazeroso.
Me apaixonar por ele foi natural, ele era mesmo uma figura cativante, apaixonante... Sempre tivemos uma química muito boa e uma ligação muito forte. Desde aqueles tempos até hoje é só pensar nele que ele me liga ou como antes quando aparecia de repente sem avisar.
Carlos Henrique sempre foi e é um pássaro livre, canta, voa ou permanece num lugar quando bem quer, talvez este traço dele seja o que mais me atraiu.
Antes de namorarmos, eu dizia que saberia quem deveria namorar se sentisse a mesma coisa boa que sentia quando estava com Carlos Henrique. O namoro só aconteceu depois de 5 anos de amizade. O casamento, 2 anos depois do namoro, tínhamos pressa em consumar nossa união.
Quando casei com ele, pensava que Carlos Henrique precisava mais de mim do que eu dele. Eu o via como um garoto abandonado que precisava de uma casa, de uma estrutura, cuidados, carinhos e mimos... Eu achava que ele precisava de uma mãe, mas na verdade ele nunca me pediu isso. Na verdade, era eu quem mais precisava dele, não do garoto, mas do homem, do pássaro livre que ele é para me ensinar a voar.
Além da sua característica liberdade, outra marca forte do Carlos Henrique homem é o bom humor e sua capacidade de descontrair os lugares por onde passa. Ele está sempre brincando, aliás, esta é a sua forma preferida de se apresentar às pessoas. Por brincar constantemente, Carlos muitas vezes é tido como ingênuo e até mesmo como um alguém imaturo, o que passa bem longe da verdade. Carlos Henrique homem é alegre, otimista, influencia as pessoas facilmente, muitas vezes sem que elas mesmas percebam, pois é um líder nato! É muito responsável e decidido, por isso neste momento aos 30 anos, graças a Deus e à sua competência, ele vive um grande desafio pessoal e profissional.
Carlos Henrique não tem medo de riscos, é sempre aberto a novidades e a diferentes possibilidades, além de não demorar em encontrar soluções para problemas de ordem prática (como usar a peneira grande em vez da pequena, construir suportes para livros no computador, etc...).
Carlos Henrique nunca nega ajuda a quem o procura, mesmo se estiver atolado de serviço. Um de seus dons é servir, pois ele gosta de colocar os interesses dos outros acima dos seus. Ele ainda gosta de elogiar as pessoas, suas roupas, suas comidas... Gosta de destacar delas suas características positivas, aquilo que elas tem de melhor.
Carlos Henrique também é um exímio observador, porém crítico, exigente, dengoso e muito encrenqueiro (nada é perfeito né...). Ah! E concentração não é lá o seu forte, é um avoado, além de ser muito bagunceiro, mas é um grande parceiro e eu estou muito feliz por mais uma oportunidade de agradecermos a Deus pela sua vida!
O aniversário é dele, mas somos nós quem ganhamos o presente!!!

Mozudo, te amo!!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Assim é a vida...

Ser profundo, sábio, o contrário de superficial não é buscar uma resposta metafísica para tudo.
Às vezes é parar de pensar, de dar explicações lógicas e experimentar a "falta de sentido" da vida desfrutando sentimentos, impressões, sensações que nem sei de onde vieram e nem para onde vão...