sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Eis o que vejo...

Eis o que vejo: Eu vejo um rio, Uma canoa se move sobre ele. Me vejo dentro da canoa, E a correnteza me levando pra longe de tudo que conheço, Me aproximando de um mundo que desconheço, Sinto medo, Meu coração aperta e geme, Então eu choro, um choro profundo e comprido que parece mais alívio do que dor. Ainda chorando me ponho de pé e resignada aceito meu destino. Porque na vida para não há chegadas antes das despedidas. Eis o que vejo: Eu vejo um rio, Uma canoa, sem mapa, nem destino. Apenas um rio e um grande projeto de travessia. Meu peito se angustia e pergunta: Onde? Quando? Porquê? Como? Mas as respostas não vem, só as perguntas... Talvez este seja o propósito de toda existência. Eis o que vejo: Eu vejo um rio, E do outro lado vejo aqueles que se foram Vejo aqueles cujo rio delas me separou Produzindo em mim um corte, uma ferida, uma ruptura, Que hoje já cicatrizou... Não se pode controlar o rio, Os caminhos feitos pela canoa não são para serem entendidos com a mente, Apenas vividos com o coração e por ele elaborados, E enfim, quando conseguimos faze-lo, Não existem obstáculos que nos impeçam de viver uma etapa superior em nossa jornada. Eis o que vejo!