sábado, 26 de junho de 2010

Com o que você sonha quando está dormindo??


Os sonhos são mensagens enigmáticas cheias de códigos secretos que enviamos para nós mesmos.

Os sonhos muitas vezes lembram os filmes e os protagonistas somos nós, mesmo que uma outra face assuma nosso lugar. Nos sonhos falamos o que não temos coragem de falar. Agimos como não temos coragem de agir. Sentimos o que não nos permitimos sentir.

Nossos sonhos revelam nossa verdadeira essência escondida debaixo das máscaras do dia-a-dia. Eles revelam a verdade que está estampada debaixo de nossos narizes mas de que tanto fugimos.

Os sonhos nos inspiram a desafiar a fragilidade dos papéis que representamos na vida.

Os sonhos são uma conexão com o nosso lado misterioso, com o nosso insconciente que nos governa sem que percebamos o quão ele é poderoso...

Os sonhos, assim como a arte tem uma função comum: despertar em nós emoções/pulsões que estão adormecidas, mas que moram em nós, em nossa alma, em nosso corpo...

Eu acho que é por isso que dormir é tão importante, acordamos refeitos em todos os sentidos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Diz a verdade... Eu sou uma gata!!!

Se eu pudesse resumir minhas férias em uma palavra seria: preguiça. Eu até tinha uns projetos em que tinha que agir, me movimentar, mas o meu corpo, minha mente, minha disposição estavam em marcha lenta. Decidi não lutar contra isso a despeito de ser certo ou errado. É claro que senti uma pontinha de culpa, mas não deixei a bicha me influenciar não. Vivi umas férias deliciosamente preguiçosas.Voltei de férias esta semana e ainda me sinto tão preguiçosa... Se eu pudesse não faria mais nada da vida... Claro que existem as coisas que ainda quero alcançar na vida, mas agora eu não quero correr e sim me arrastar. Não é me arrastar porque me sinto pesada de cansaço, mas arrastar meus pés pela vida sem pressa, sem correria, deixando a vida acontecer, quase que deixando a vida me levar.
Estou tão preguiçosa que não consigo nem mesmo filosofar sobre este meu estado de espírito, nesta semana quando li meu mestre Rubem Alves descrevendo a filosofia do gato, soube muito bem do que ele estava falando, aliás, vi nos seus escritos uma tradução de tudo o que eu estava sentindo. Por isso, transcrevo aqui alguns fragmentos da Filosofia do gato de Rubem Alves:
“Camus observou que o caracteriza os seres humanos é a sua recusa em ser o que são. Eles não estão felizes com o que são. Querem ser outros, diferentes. Por isso, somos neuróticos, revolucionários e artistas. Do sentimento de revolta surgem as criações que nos fazem grandes. Mas nesse momento eu não quero ser grande. Quero simplesmente ter a saúde de corpo e de alma que tem o meu gato. Ele está feliz em sua condição de gato. Não pensa em criações que o farão grande.
Deitado ao lado do aquecedor (que manhã mais fria!), ele se entrega sem pensar, às delícias do calor macio. Nesse momento ele é um monge budista: nenhum desejo o perturba. Desejos são perturbações na tranqüilidade da alma. Ter um desejo é estar infeliz: falta-me uma coisa, por isso desejo... Mas para o meu gato nada falta. Ele é um ser completo. Por isso ele pode entregar-se ao sabor do momento presente sem desejar nada. E esse “entregar-se ao momento presente sem desejar nada” tem o nome de preguiça. Preguiça é a virtude dos seres que estão em paz com a vida”.

domingo, 6 de junho de 2010

Pensando Sobre a Vida


O que digo aqui parece óbvio, mas não tão óbvio quando se é humano, complexo e paradoxal...



I
As feridas fazem parte da vida, por isso não devem ser ignoradas e precisam de atenção e cuidado para que possam sarar.
Em muitos casos não sabemos o que fazer com nossas feridas, ou as ignoramos ou as valorizamos demais, lançando-as em rosto alheio toda vez em que fazemos contato com outros. Muitos já não sabem falar de mais nada além de suas feridas. Suas almas encontram-se cancerosas, sem esperança, quase mortas...
Muitos só sabem que ainda estão vivos por causa da dor que lhes atormentam noite e dia.
E eu digo, meu Deus, quanta escuridão! A vida não é apenas isso, não é apenas um rastro de dor e destruição, vamos abrir uma janela e deixar o sol entrar e iluminar esta casa!

O sol nasce e está no mesmo lugar todos os dias, mas só o vê quem abre a janela.

II
É inútil querer mudar os outros, talvez esta seja a maior das minhas frustrações...
Eu gostaria de mudar muitas realidades, muitos rostos, muitos corações, mas não posso! Eu não tenho este poder!
E ironicamente esta é a minha maior liberdade! A possibilidade da minha felicidade só existe porque me descobri destituída deste poder.

III
Não é nos outros que devemos encontrar respostas para o que está sem explicação e sim em nós mesmos.
Em alguns momentos só o que encontraremos será vazio e perplexidade, não é necessário ter medo do vazio, é preciso vivê-lo como aquele silêncio gostoso em que gozam as pessoas que se querem bem.
Existem vazios que nunca serão preenchidos a não ser com a paz da ignorância, isto se chama confiança ou fé!

IV
O autoconhecimento não precisa ser uma tortura, embora em alguns momentos ele seja realmente muito doloroso.
Não é à toa que fugimos da verdade através das projeções, das racionalizações, e etc. Olhar para dentro de si exige coragem, amor próprio e respeito.
O autoconhecimento não é para os fracos, é apenas para aqueles que estão dispostos a romper com a frágil personalidade que foi forjada na família, na escola e quem sabe igreja ou outra instituição durante a infância e a adolescência, pois há de se questionar todos os valores e princípios incultidos durante estas fases. O que for bom, preserva-se e o que foi destrutivo descarta-se. Parece simples, mas não é, em muitas vezes nossa mente está fundamentada em bases destrutivas e abandoná-las e perder parte do eu. Perder parte do eu é um prenúncio da própria morte.
Mas perder parte do eu é o que nos possibilita uma nova vida, assim como acontece com a borboleta, que perde o casulo para ganhar os ares. Penso que precisamos manter esta perspectiva até mesmo quando uma tragédia pessoal nos abate, pois se soubermos como fazê-lo sempre ganharemos algo com as perdas.

V
Demorou, mas não resisto mais a idéia de ser livre.
Ser livre é ser justa e ser dona apenas das minhas escolhas.