terça-feira, 17 de novembro de 2009

Me esvaziando...


Ontem quando deitei sabia que não iria dormir...
Rubem Alves disse que para dormirmos nossa cabeça precisa estar vazia de pensamentos,
E eu lhe entendi perfeitamente.
Ontem minha cabeça não estava apenas cheia de pensamentos,
Eles pulavam aqui dentro, agitando-me...
Mas eu decidi não tomar nenhuma providência.
Acreditando que eles podiam ir embora sozinhos.
No meu peito um bolo, um novelo embolado que eu não estava muito a fim de desembolar,
Não naquele momento.
Fingi que acreditava que ele iria desembolar sozinho.
No fim na noite, início da manhã,
Senti com urgência o quanto precisava me esvaziar...
Acho que na verdade eu deveria cancelar todos os meus compromissos,
Para dar conta de tamanha tarefa.
Eu quero ir além, mas estou com assustada com a quantidade de coisas que estou vendo e percebendo ultimamente.
Acho que estou tendo uns vislumbres de mim mesma
E não vou hesitar em afirmar que tenho medo disso.
Tenho medo do abismo que há por trás das máscaras que eu uso.
Tenho medo daquilo que não vejo,
Daquilo que não percebo, mas que está o tempo todo debaixo do meu nariz.
Ainda não sei viver sem o meu senso de onipotência
E estou muito, muito assustada com estas revelações.
Durante muito tempo eu pensei que fosse forte,
Mas não sei de onde tirei esta idéia,
Sempre evitei situações que pudessem me fortalecer de verdade e me fazer crescer.
Sempre gostei de conforto e estabilidade,
E isso sempre me limitou.
Eu sempre soube que tinha potencial para ser uma grande mulher e achei que por si só isso fosse alguma coisa,
Ingenuidade,
Imaturidade e arrogância.
É preciso me esvaziar destas coisas que estão tão enraizadas...
Mas não suporto ver minhas fraquezas,
Elas me ameaçam,
Mas preciso enxergá-las para que eu não seja derrotada por elas.
Possuir pontos fracos não significa que você vai carregá-los durante toda a vida.
Pontos fracos não são marcas definitivas, não são rótulos, estigmas...
Pontos vulneráveis significam que algo pode ser transformado
Se quisermos ver, se resistirmos ao impacto da visão,
Que na realidade nem é tão aterradora assim
Por mais que os fatos nos surpreendam, nos choquem, nos arranquem o chão debaixo de nossos pés,
Você integra mais uma peça ao seu quebra-cabeças,
As coisas vão se encaixando perfeitamente por mais doloroso que possa ser
E então você sente paz.
E dorme profundamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Escolher é ter coragem!
É conseguir se esvaziar com ternura...
E ser a verdadeira providência.

Adoro tua sensibilidade, moça!

Ricardo
www.embuscadeumarealidade.blogspot.com