domingo, 6 de junho de 2010

Pensando Sobre a Vida


O que digo aqui parece óbvio, mas não tão óbvio quando se é humano, complexo e paradoxal...



I
As feridas fazem parte da vida, por isso não devem ser ignoradas e precisam de atenção e cuidado para que possam sarar.
Em muitos casos não sabemos o que fazer com nossas feridas, ou as ignoramos ou as valorizamos demais, lançando-as em rosto alheio toda vez em que fazemos contato com outros. Muitos já não sabem falar de mais nada além de suas feridas. Suas almas encontram-se cancerosas, sem esperança, quase mortas...
Muitos só sabem que ainda estão vivos por causa da dor que lhes atormentam noite e dia.
E eu digo, meu Deus, quanta escuridão! A vida não é apenas isso, não é apenas um rastro de dor e destruição, vamos abrir uma janela e deixar o sol entrar e iluminar esta casa!

O sol nasce e está no mesmo lugar todos os dias, mas só o vê quem abre a janela.

II
É inútil querer mudar os outros, talvez esta seja a maior das minhas frustrações...
Eu gostaria de mudar muitas realidades, muitos rostos, muitos corações, mas não posso! Eu não tenho este poder!
E ironicamente esta é a minha maior liberdade! A possibilidade da minha felicidade só existe porque me descobri destituída deste poder.

III
Não é nos outros que devemos encontrar respostas para o que está sem explicação e sim em nós mesmos.
Em alguns momentos só o que encontraremos será vazio e perplexidade, não é necessário ter medo do vazio, é preciso vivê-lo como aquele silêncio gostoso em que gozam as pessoas que se querem bem.
Existem vazios que nunca serão preenchidos a não ser com a paz da ignorância, isto se chama confiança ou fé!

IV
O autoconhecimento não precisa ser uma tortura, embora em alguns momentos ele seja realmente muito doloroso.
Não é à toa que fugimos da verdade através das projeções, das racionalizações, e etc. Olhar para dentro de si exige coragem, amor próprio e respeito.
O autoconhecimento não é para os fracos, é apenas para aqueles que estão dispostos a romper com a frágil personalidade que foi forjada na família, na escola e quem sabe igreja ou outra instituição durante a infância e a adolescência, pois há de se questionar todos os valores e princípios incultidos durante estas fases. O que for bom, preserva-se e o que foi destrutivo descarta-se. Parece simples, mas não é, em muitas vezes nossa mente está fundamentada em bases destrutivas e abandoná-las e perder parte do eu. Perder parte do eu é um prenúncio da própria morte.
Mas perder parte do eu é o que nos possibilita uma nova vida, assim como acontece com a borboleta, que perde o casulo para ganhar os ares. Penso que precisamos manter esta perspectiva até mesmo quando uma tragédia pessoal nos abate, pois se soubermos como fazê-lo sempre ganharemos algo com as perdas.

V
Demorou, mas não resisto mais a idéia de ser livre.
Ser livre é ser justa e ser dona apenas das minhas escolhas.

Nenhum comentário: