quinta-feira, 17 de junho de 2010

Diz a verdade... Eu sou uma gata!!!

Se eu pudesse resumir minhas férias em uma palavra seria: preguiça. Eu até tinha uns projetos em que tinha que agir, me movimentar, mas o meu corpo, minha mente, minha disposição estavam em marcha lenta. Decidi não lutar contra isso a despeito de ser certo ou errado. É claro que senti uma pontinha de culpa, mas não deixei a bicha me influenciar não. Vivi umas férias deliciosamente preguiçosas.Voltei de férias esta semana e ainda me sinto tão preguiçosa... Se eu pudesse não faria mais nada da vida... Claro que existem as coisas que ainda quero alcançar na vida, mas agora eu não quero correr e sim me arrastar. Não é me arrastar porque me sinto pesada de cansaço, mas arrastar meus pés pela vida sem pressa, sem correria, deixando a vida acontecer, quase que deixando a vida me levar.
Estou tão preguiçosa que não consigo nem mesmo filosofar sobre este meu estado de espírito, nesta semana quando li meu mestre Rubem Alves descrevendo a filosofia do gato, soube muito bem do que ele estava falando, aliás, vi nos seus escritos uma tradução de tudo o que eu estava sentindo. Por isso, transcrevo aqui alguns fragmentos da Filosofia do gato de Rubem Alves:
“Camus observou que o caracteriza os seres humanos é a sua recusa em ser o que são. Eles não estão felizes com o que são. Querem ser outros, diferentes. Por isso, somos neuróticos, revolucionários e artistas. Do sentimento de revolta surgem as criações que nos fazem grandes. Mas nesse momento eu não quero ser grande. Quero simplesmente ter a saúde de corpo e de alma que tem o meu gato. Ele está feliz em sua condição de gato. Não pensa em criações que o farão grande.
Deitado ao lado do aquecedor (que manhã mais fria!), ele se entrega sem pensar, às delícias do calor macio. Nesse momento ele é um monge budista: nenhum desejo o perturba. Desejos são perturbações na tranqüilidade da alma. Ter um desejo é estar infeliz: falta-me uma coisa, por isso desejo... Mas para o meu gato nada falta. Ele é um ser completo. Por isso ele pode entregar-se ao sabor do momento presente sem desejar nada. E esse “entregar-se ao momento presente sem desejar nada” tem o nome de preguiça. Preguiça é a virtude dos seres que estão em paz com a vida”.

Um comentário:

Renata disse...

Oi Paulinha! Acabo de fazer a minha leitura diária =)
E dá-lhe Brasil sil sil!
Beijos gatinha rs