domingo, 22 de janeiro de 2012

Nada além do meu próprio corpo...

“As águas profundas são o corpo. A psicanálise fala de “inconsciente”. O inconsciente é o lugar onde mora a sabedoria, os saberes que o corpo sabe sem que deles tenha consciência. Por isso, eles não podem ser ditos. Na profundeza das águas tudo é silêncio. A sabedoria do corpo não pode ser dita com palavras-conceito. Ela só pode ser sugerida por meio de metáforas... As metáforas, juntas, fazem a poesia. Poemas são peixes que nadam nas profundezas. É nas profundezas das águas que os poetas os contemplam. Poetas são seres submarinos... Poemas são a fala da fundura das águas, que os reflexos da superfície não deixam ver.” Rubem Alves em Variações sobre o prazer p. 72.

Sinto que preciso me levantar desta cadeira,
E experimentar outro lugar.
Preciso me distanciar deste papel que me confere tamanha imobilidade,
Esterilidade.
Hoje sinto a vida pedindo para me movimentar, não importa de que forma,
Desde que eu dê espaço a esta potência que lateja dentro de mim!
Por estar tão fragmentada, não pude perceber que o fruto do meu desejo
Encontrava-se tão perto...
E não tão longe como eu acreditava.
Por estar desconectada, não pude perceber como as batidas do meu coração eram tão envolventes, batendo num ritmo forte, tão seguro de si a ponto de contagiar todo meu corpo.
Por tudo isso, já não quero mais me encolher, não quero me conter,
Quero ejacular minha vida por aí...

Nenhum comentário: