quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ausculta


Eu estendi minha mão tentando te tocar,
Mas você passou por mim e não viu.
Eu me esforcei lutando por seu amor,
Mas você não entendeu.
Eu tentei alcançar,
Mas não consegui segurar.
E você nem deu atenção.
Não conseguir o que você queria,
Destruiu meu coração.
E depois de tudo isso,
Vi-me tendo que sozinha levantar-me do chão.
Uma casa vazia, fria, sem mobília...
Não era isso que você queria,
Muito menos eu.
Mas agora não vou abrir a portar para te deixar entrar.
O que eu quero é me vingar!
Vou fazer você chorar como chorei,
Amargar como amarguei,
E não me culpe por essa solidão,
Por favor, não me envolva em sua desmedida confusão !
Só agora percebo que há uma camada branca em teus olhos,
Que te impede de ver qualquer coisa...
Não consegues olhar no espelho e jamais enxergou qualquer outro.
Por isso, vou soltar o que nunca consegui segurar...
Minhas mãos tentaram esconder o buraco que transpassava teu peito,
Mas elas eram pequenas demais...
Então, não insista me pedindo para te fazer sorrir,
Porque isso é pesado demais para mim...
Ainda assim sou capaz de resolver minhas próprias questões.
Quando percebo que meu sorriso é mais largo que o seu,
Ainda me dói, por pensar que há um tempo atrás estaria disposta a me sacrificar por você.
Mas isso não é amor,
Isso não é viver,
É sobreviver às custas de uma fantasia suicida.
Para vivermos bem, cada qual em seu lugar,
Há de se cortar, dividir, separar as bagagens.
Colocar de lados distintos o que me pertence e o que pertence só a você.
Fazendo assim, acabaremos bem!

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