quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Reflexões de uma narcisista em recuperação.

A transgressão me mantém sã, mas,
Há em mim uma ferida narcísica que é difícil curar...
Esta ferida me impede de ser livre, leve e espontânea.
E o outro me mostra uma verdade que meus olhos não podem suportar, mas,
Minha ferida está exposta e não posso deixar de olhar.
Dela explodem medo, ansiedade, insegurança,
Ódio, desprezo, intolerância, indiferença.
Todos protagonistas de um circo de horrores,
Que querem transformar minha trajetória numa infeliz estadia na casa fantasma.
Diante desse quadro, vejo que tudo o que é diferente de mim, isto é, o outro, que é amigo, parceiro, como um inimigo mortal a quem se precisa ferir para sobreviver, para se fortalecer.
O outro com sua espontaneidade e com seu poder de surpreender-me se torna uma ameaça.
Mas este mesmo outro já disse a que veio,
Ele está fora do controle, não tem script e não se sujeita a meus mandos e desmandos.
Eu acho que lá no fundo o que desejo é ser como ele...

Um comentário:

ligia disse...

O outro. Sempre o outro à nossa sombra ou a própria. Mas também sou o outro de alguém. Tenho medo do outro e logicamente de mim. O outro assusta pois é diferente, nos confronta. Assim tenho medo duplamente. Encarar a si mesmo doí, ainda mais quando me vejo no outro. Mas faz parte da existência.