segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sussurros da madrugada


Tenho medo, muito medo.
Por isso, aperto tua mão com tanta força.
Mas sua presença não faz o medo partir,
Nem o desconforto desaparecer.
Eu não sei mais o que fazer...
Mas quando eu começo a ler as entrelinhas,
E paro de te fazer perguntas que você não entende,
A verdade começa a aparecer.
Olhar no espelho é embaraçoso,
E na maioria das vezes,
O que acreditamos que é nossa imagem real,
Na verdade é uma figura distorcida que vimos num espelho embaçado.
Quantas vezes interroguei a quem não devia interrogar,
E não interroguei quem deveria.
Foi então que descobri que sou humana,
E o quanto me enganei.
Eu acho que estava enganada a respeito de tudo...

Enganada sobre mim, sobre os outros, sobre a vida,
Quando fui tomada pela incerteza, me senti muito ameaçada.
O chão desapareceu de debaixo dos meus pés,

E eu comecei a tremer!
A insegurança apareceu tentando preencher o vazio deixado pelas certezas,
Que desabaram...
As fantasias aprisionam,
Mas dizer a elas que não são mais necessárias não é uma tarefa das mais agradáveis.
É como abandonar um vício qualquer,
Há sempre a crise de abstinência.
O vazio berrando para ser preenchido,
Não se ouve mais nada a não ser o corpo gritando,
Dando ordens para ser amarrado outra vez.
Apesar de viver tudo isso,
Creio que depois de uma noite difícil sempre vem uma bela manhã,
Trazendo consigo inúmeras possibilidades de um lindo recomeço.
Vou enumerar apenas algumas delas: consciência, verdade, liberdade, amadurecimento, felicidade...

Um comentário:

Ligia disse...

Enganos, medos, incertezas. Paula, como você trabalha bem com eles e outros sentimentos em seus textos. É impressionante como sua alma mergulha na nossa alma e a revela. Já te disse e repito, você é psicóloga nata, mais que isso, é pessoa na sua essência!